quinta-feira, agosto 15, 2013

Sal

O amargo se fez doce. A náusea se fez inércia, e sua histérica quietude se fez desrazão.

Havia sol, e no mar havia espuma. E na espuma seu corpo se fez surdo. E o sol em seus cabelos molhados de sal, o sol em seus olhos vermelhos, nas suas faces trigueiras, em seu estômago gelado. Seus olhos injetados e a espuma cristalizando seu corpo. E na areia alguém observava. E  se podia também desatinar em terra firme. Alguém na areia, onde o vento já não fustigava. E o sol sobre ambos, e todos ali sob mesmo calor tornavam-se ausentes. Tornavam-se natureza. E nossos olhos injetados, então. Em um instante em que tudo se liquefazia.